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Do porão ao Sótão, 2016-7

A morte de uma flor percebida como possibilidade, ainda que irônica, de ser reanimada ou ancorada sob prendedores humildes de sua matéria inerte. O frágil mundo-ovo que se partiu não retrocede à superfície lisa e hermética, assim como a vida que ali se aninhava não pode - nunca mais - retornar ao ovo-útero. A sutura é uma evidente tentativa fracassada de reatar estilhaços.

O interesse é discutir uma coletividade a partir de uma privacidade doméstica: a casa, os objetos, as pessoas que ali habitam, suas singularidades percebidas nessa estrutura. Os acontecimentos banais que permeiam a vida e sua finitude são fontes de inesgotável beleza e gravidade se aptos à percebê-los.

O microcosmo doméstico carrega a complexidade macro a partir das relações, percepções e posicionamentos ali inscritos. Este trabalho problematiza o habitat domestico, essa casa-corpo e busca evidenciar as armadilhas, conscientes ou não, que permeiam nossas crenças e desejos de voltar no tempo ao constatar nossos equívocos, finitudes e chances de vida desperdiçadas... 

fotografia autoral • arte

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